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"O mundo está repleto de espíritos. Hoje, mundanos, espíritos de luz capengam entre penumbras de lâmpadas fracas. Espíritos de alguma luz, se perdem nos becos escusos do mundo. Nos atalhos demorados do poder."

Com essa narrativa a personagem Georgete abre o espetáculo, prometendo evidenciar ao seu psiquiatra os motivos da derrocada da humanidade na sociedade contemporânea, berrando poeticamente o antídoto que trará a raça humana novamente à estrada da evolução.

Na verdade, a obra tem diversas camadas de consciência: filosóficas, ficcionais e de pesquisa teatral. Thor Vaz e Ludmila Brandão cumprem a função de personas enviadas pela sabedoria cósmica, trazendo ao mundo a experiência de vivenciar o erro alheio e a dança dos deuses. É dificil identificar o que é ator, o que é luz e o que é trilha - neste processo ocorre uma simbiose absoluta, e as artes se misturam com o intuito de provocar no espectador o aprendizado empírico do encontro. Os dois são crias do teatro pobre de Grotowsky, onde a potência energética do ator é o necessário para hipnotizar e criar atmosferas sublimes. 

Eu. O outro. Um só organismo e todos os átomos que o compõe.

Amores e desamores. Quimeras sociais.

As luzes invisíveis de deuses anônimos.

A ausência de luz em deuses modernos.

E assim catorze personagens diferentes dançam sutilmente no tablado sem que seja necessário um único adereço que os diferencie. A cada cena um manifesto ideológico, político, artístico, existencialista, todos girando sobre uma órbita: os abismos da invisibilidade que os seres impõem uns aos outros. E nesse fluxo, os Deuses Invisíveis se apresentam. E dançam.

 

SINOPSE

© 2017 por Cia Teatro Imediato

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